Presidente também deve confirmar a liberação de recursos federais para obras de macrodrenagem na metrópole.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agenda oficial em Campinas (SP) na tarde desta quinta-feira (4) e deve formalizar a liberação de recursos para laboratórios científicos e obras antienchente, além de inaugurar projetos de infraestrutura para o transporte público.
A primeira agenda será no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), às 15h15, onde Lula lança a pedra fundamental do Orion, complexo laboratorial de biossegurança máxima orçado em R$ 1 bilhão. A estrutura científica é inédita no mundo. Entenda abaixo nesta reportagem.
Ainda no CNPEM, Lula deve anunciar a liberação de recursos para a ampliação do projeto Sirius, superlaboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de “raio X superpotente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.
BRT e obras antienchente
Em seguida, às 16h45, o presidente inaugura uma etapa das obras do BRT Campinas, incluindo um viaduto sobre a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348). No mesmo evento, Lula deve formalizar a liberação de recursos federais para obras antienchente em Campinas.
O projeto de macrodrenagem da metrópole saiu do papel nesta semana, com o início das obras de um piscinão e de galerias subterrâneas no Jardim Proença, região com problema crônico de alagamentos. As obras serão financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O que é o Orion
Projetado para ser uma estrutura única no mundo, o Orion, laboratório de biossegurança máxima (NB4) de R$ 1 bilhão, cuja obra integra o Novo PAC, promete alavancar a ciência brasileira. O complexo será construído no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
Além de ser o primeiro laboratório dessa classificação em toda a América Latina, o Orion terá uma característica que nenhum outro NB4 em atividade possui: é a primeira vez que a estrutura desse tipo estará conectada a uma fonte de luz síncrotron, o Sirius, acelerador de partículas brasileiro.
O complexo laboratorial de máxima contenção biológica representa um avanço para o Brasil, que permitirá pesquisas com patógenos capazes de causar doenças graves e com alto grau de transmissibilidade (das chamadas classes 3 e 4) – estrutura essa que não existe até hoje em toda a América Latina.
💉 Possuir um laboratório de biossegurança máxima (NB4) oferece condições ao país de monitorar, isolar e pesquisar os agentes biológicos para desenvolver métodos de diagnóstico, vacinas e tratamentos.
No caso do Brasil, mais do que armazenar e manipular essas amostras biológicas, o laboratório de biossegurança máxima terá acesso exclusivo a três linhas de luz (estações de pesquisa) do Sirius, o que não existe em nenhum outro lugar do mundo.
É por conta dessa conexão com o Sirius que vem o nome do projeto, Orion, em homenagem à constelação que possui três estrelas apontadas para a estrela que batizou o acelerador de partículas brasileiro.
O projeto prevê a capacitação de cientistas brasileiros para lidar com agentes infecciosos desses tipos. Essa formação já integra o custo previsto de R$ 1 bilhão.
O complexo laboratorial terá cerca de 20 mil metros quadrados, e sua construção está prevista para ficar pronta até 2026. Após essa etapa, o Orion passará pelo chamado comissionamento técnico e científico, e também por certificações internacionais de segurança, para que possa entrar em operação regular.